Como a iconóstase é construída?

O termo grego εἰκονοστάσις/eikonostásis combina duas palavras: “ícone” e “stasis”, significando “lugar de permanência”. A iconóstase, portanto, é uma divisória que separa o altar da parte principal da igreja.

Comumente encontramos iconóstases altas nas igrejas de tradição bizantina, formados por fileiras ou níveis de ícones dispostos verticalmente, seguindo uma ordem estritamente definida. No entanto, é cada vez mais comum encontrar igrejas com iconóstases mais baixas, compostas apenas por alguns ícones, sendo o foco central Jesus Cristo e a Virgem Maria. Esse estilo de íconostase remonta à tradição bizantina na disposição da decoração da igreja, quando a separação entre o altar e os fiéis era meramente simbólica. Por meio dessa divisória, é possível observar todas as ações no altar: as cerimônias e orações dos sacerdotes, a preparação dos sacramentos e etc.

Os níveis da iconóstase alta, variam de três a cinco, contam visualmente a história da comunhão divina, desde o Antigo Testamento até a narrativa do Novo Testamento sobre como o Senhor se encarnou, salvando-nos por meio da crucificação e subsequente ressurreição.

No nível inferior, encontram-se as portas reais, acompanhadas dos ícones do Salvador e do santo ou evento pelo qual a igreja é consagrada. O ícone da Última Ceia está situado acima das portas reais.

Ao olharmos para cima, percorremos como que através do tempo – retornando ao início da história da comunhão entre o homem e Deus. A segunda fileira do íconostase, chamada “Deisis”, compreende três ícones principais: Jesus Cristo, a Virgem Maria e João Batista. Nesse nível, também podem ser vistos apóstolos, arcanjos e diversos santos. Na terceira fileira, estão os ícones das doze grandes solenidades, relacionados aos eventos da vida terrena de Cristo e da Virgem Maria. Essas solenidades se dividem em festas do Senhor (dedicadas a Jesus Cristo) e festas da Virgem Maria. Na quarta fileira estão os profetas, enquanto na quinta, a mais alta, está o ícone da Santíssima Trindade, os ícones das festas e dos patriarcas do Antigo Testamento. No topo da iconóstase, encontra-se sempre um crucifixo.

Apesar da rigorosa canonicalidade, as iconóstases podem variar amplamente em estilo, desde os mais simples e ascéticos até os mais ricamente decorados e ornamentados. Por meio da iconóstase, podemos explorar a história da arquitetura eclesiástica e observar como a tradição da pintura de ícones evoluiu ao longo dos séculos. A iconóstase é uma ferramenta valiosa para aqueles que rezam na igreja, auxiliando-os na comunicação com Deus.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo