Por que não há sombras nos ícones?

Na realidade, isso não é totalmente verdade. Não podemos dizer que em todos os ícones, sem exceção, não há sombras. Se observarmos, por exemplo, as imagens dos santos nos mosaicos da Basílica de São Vital, em Ravena, na Itália, notaremos a presença de sombras, como é o caso do ícone do Apóstolo Paulo que está em destaque nesta publicação. Os mosaicos de Ravena são exemplos da arte do final da Antiguidade e, portanto, possueam todas as características distintivas dessa arte, incluindo as sombras.

Quanto à pergunta sobre por que nos ícones modernos não possuírem sombras, pode-se dar duas respostas. De acordo com uma das versões, após o período iconoclasta (movimento religioso-político em Bizâncio entre os séculos VIII e IX, que se opunha à veneração dos ícones), houve uma certa decadência na arte da pintura de ícones. O desaparecimento das sombras é considerado uma manifestação dessa decadência.

Outra versão reflete uma abordagem completamente diferente para esse problema. Pergunte a si mesmo: como seria possível representar o sol de tal forma que houvesse sombras nele e ao redor dele? A figura do Salvador não projeta sombras, pois o Salvador é a Luz. Deus é a Luz, e não pode haver escuridão Nele e ao Seu redor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo