Revista de Liturgia da FASBAM tem o seu segundo número publicado

É com um imenso júbilo que a Faculdade São Basílio Magno (FASBAM) lança o segundo número de Ars Celebrandi – Revista de Liturgia, correspondente ao período de julho-dezembro de 2023. (Clique aqui para acessar).

A recente aprovação da nova tradução da terceira edição do Missal Romano para o Brasil pela Santa Sé marcou o fim de 19 anos de intensa dedicação e debate por parte da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal para a Liturgia e da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (CETEL). Dentro desse contexto, dois aspectos conferem solidez a essa obra: a notável fidelidade ao texto original e a profunda inserção nas referências das Sagradas Escrituras, elementos intrínsecos à longa tradição litúrgica da Igreja Católica. Diante desse novo capítulo litúrgico vivido pela Igreja Católica no Brasil, somos convidados a buscar uma compreensão mais profunda da celebração litúrgica, enxergando nessa nova edição uma valiosa ferramenta que facilita esse aprofundamento.

Com base nessa premissa motivadora, o presente segundo número da Ars Celebrandi – Revista de Liturgia apresenta estudos que tratam da terceira edição típica do Missal Romano, bem como outros artigos e também uma recensão que concorrem para a ampliação do conhecimento e formação litúrgica de todo o Povo de Deus. Deste modo:

Rafhael Silva Maciel abre a série de artigos com o estudo intitulado: A História do Missal Romano: Um Livro Litúrgico para a Celebração do Mistério. Conforme sugerido pelo subtítulo, o autor empreende uma análise com o propósito de enriquecer a compreensão da experiência cristã, evidenciando sua fundamentação na teologia revelada pelo Missal Romano. Iniciando com o mandato conferido por Cristo durante a Última Ceia, o autor explora o uso de fórmulas litúrgicas ao longo do tempo, culminando na abordagem detalhada de missais específicos, a saber: Missal Franciscano, Missal de 1474, Missal de 1570, Missal de 1962 e o Missal Romano de 1970, com especial atenção à sua terceira edição típica, aprovada no ano 2000 pelo Papa João Paulo II e publicada em 2002. Este exame é contextualizado no âmbito do continuum evolutivo da liturgia cristã, proporcionando uma perspectiva abrangente e aprofundada.

O segundo artigo, de autoria de Solano Santos Pereira, se intitula: O Dia do Senhor em sua Dimensão Escatológica: Análise Eucológica do Prefácio dos Domingos do Tempo Comum IX. O autor busca oferecer uma análise da centralidade do domingo em sua estreita relação com a dimensão escatológica presente no Prefácio IX para o Tempo Comum do Missal Romano a partir de sua terceira edição típica em língua portuguesa. Nesse contexto, a celebração do Dies Domini, por meio da assembleia litúrgica dominical, amplifica a percepção do Mistério deste dia, prefigurando e antecipando a realidade futura. No cerne dessa análise reside a constatação de que, no seio das alegrias e do repouso proporcionados pelo Domingo, perdura a esperança jubilosa de contemplar a face de Deus. A conclusão ressalta a necessidade premente de renovar pastoralmente o significado enriquecedor subjacente ao Dia do Senhor. Tal renovação visa preparar de maneira apropriada as celebrações dominicais, as quais se configuram como expressões do Mistério de Cristo, acreditado, celebrado e vivido, e cuja antecipação já se vislumbra no Culto da Igreja.

Vem em seguida o estudo de Edvanderson Cordeiro Severino, intitulado: A Palavra de Deus na Liturgia. O autor propõe uma reflexão profunda sobre as três realidades sensíveis da Palavra: a assembleia, a proclamação e o símbolo. Severino destaca a importância fundamental da leitura-proclamação da Palavra de Deus como base para o diálogo entre Deus e seu povo, sendo um dos modos essenciais da presença de Cristo na Liturgia. Buscando oferecer de forma sintética pontos para a valorização da Palavra e uma espiritualidade litúrgica ancorada na sua proclamação, escuta, compreensão e vivência, o autor destaca, dentro do contexto histórico e litúrgico, a relevância de celebrar a Palavra de Deus como verdadeira ação litúrgica. Em suma, o artigo enriquece a compreensão da Palavra de Deus não apenas como um elemento ritual, mas como um veículo vital para fortalecer a conexão entre a comunidade e o divino durante os ritos litúrgicos.

O quarto artigo se intitula: A Dinâmica Penitencial da Liturgia. Seu autor, Antonio Carlos dos Santos Junior, propõe uma profunda reflexão sobre a culpa humana e a necessidade de purificação, ancorando-se na Fé da Igreja Católica Apostólica Romana. Explorando a dimensão penitencial presente na liturgia, o autor destaca seu papel como elemento eficaz no perdão do pecado, direcionando-se tanto à conversão pessoal quanto à comunhão com Deus e a Igreja. O artigo também oferece uma análise aprofundada da dinâmica penitencial, contribuindo para a compreensão da importância desse elemento na experiência litúrgica e espiritual dos fiéis.

O quinto e último artigo do dossiê, cujo autor é Douglas da Silva Silveira, se intitula: A Iconografia a Serviço da Iniciação à Fé Cristã. O autor empreende uma análise sobre a iconografia, uma forma artística intrinsecamente relacionada à fé cristã, com ênfase especial na tradição da Igreja Oriental. Ele argumenta que a iconografia, enquanto arte sacra, desempenha um papel fundamental na transmissão da fé cristã em contextos transculturais. Por fim, ele propõe que diante de um ícone, o homem vivencia uma experiência completa da fé, permitindo vislumbrar a beleza e a perfeição de Deus.

Este número de Ars Celebrandi – Revista de Liturgia se conclui com uma recensão, de autoria de Antonio Eduardo Pereira Pontes Oliveira, que discorre sobre o Estudo 115 da CNBB, intitulado: As vestes litúrgicas. A obra tem o intuito de interpretar de forma simples e clara as normas prescritas em cada livro litúrgico a respeito das vestes, sobretudo apontando as lacunas e as necessidades de reflexão e orientação por parte da Conferência Episcopal.

Expressamos nossa sincera gratidão aos autores cujas contribuições enriqueceram significativamente este exemplar de Ars Celebrandi. Estendemos nossos votos calorosos a todos aqueles que almejam se aprofundar na ciência litúrgica, desejando-lhes uma leitura profunda e proveitosa.

 

Pe. Rafhael Silva Maciel
Organizador

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