Está no ar o 5º número de Helleniká – Revista Cultural

Duas expressões latinas, conhecidas em nossas atividades acadêmicas, sapere aude e carpe diem, cujo significado em português, respectivamente, ousa saber e aproveite o dia, em tradução aproximada (fora do contexto onde apareceram originalmente) caíram no meu agrado tão logo me deparei com elas. Apoiando-me nelas é que faço o convite para a leitura dos artigos que estão neste quinto número de Helleniká – Revista Cultural (clique aqui para acessá-la), isto é, saber mais e colher o fruto, aproveitando a leitura.

Trata-se de uma diversidade de temas que podem ser lidos conforme o interesse, a necessidade, ou simplesmente, para uma ampliação dos horizontes dos nossos conhecimentos.

A ordem cronológica, dos filósofos mais antigos, para os mais atuais, é uma questão de organização e clareza.

Temos, assim, a seguinte apresentação: o primeiro  artigo, de Antonio Eduardo Pereira Pontes Oliveira, com o título: A possibilidade e a contemplação da Verdade no pensamento de Agostinho de Hipona, é um mergulho profundo no pensamento de Santo Agostinho, com um nível de reflexão bastante exigente e uma lição filosófica sobre o conhecimento e a vivência real da “Iluminação”. Vale muito a leitura, você se sentirá enlevado e totalmente revigorado no final desse percurso. Ainda com Santo Agostinho, o segundo artigo, de Dailan dos Santos Brito, com orientação do professor Dr. Irineu Letenski, com o título O conceito de liberdade na concepção de Santo Agostinho. Atente-se para o conceito de liberdade e a sua estreita relação com o livre-arbítrio e também uma apresentação objetiva das principais heresias do tempo de Agostinho.

O terceiro artigo, de Rodolfo Ferreira dos Santos, com o título: Sobre a origem da família e da sociedade, trabalha com as origens e as funções da família e da sociedade e, igualmente, acompanha as mudanças que veem ocorrendo nestas instituições ao longo da história. Daqui passamos para o artigo de número quatro, de William Carlos Ferreira, com orientação do professor Me. Soter Schiller, com o título: A filosofia positivista: Augusto Comte e a promessa de uma reorganização das sociedades, que  realiza uma apresentação clara da corrente filosófica conhecida como positivismo e o contexto histórico em que se deu, analisando a contribuição de seu expoente máximo, Augusto Comte, filósofo francês, também considerado “pai oficial da sociologia”.

O quinto artigo, de Lucas Bianco Berto, com o título: A crítica da religião no pensamento de Karl Marx e sua influência na realidade traz, como o nome sugere, a posição de K. Marx quanto à religião e seu papel decisivo na distorção da realidade social. É uma crítica, inicialmente com influências de Demócrito e Epicuro, depois Hegel e Feuerbach e, num segundo momento, contrapondo-se a este último, a crítica se dirige não diretamente à religião, mas à sociedade que utiliza a religião para o domínio social e, assim, impõe uma visão da realidade completamente distorcida. Já o sexto artigo, de Phaulo Rycardo Souza Guilhon, com o título: O homem errante e o problema do mal segundo Chesterton, é um texto denso sobre o mal, nas reflexões do filósofo inglês G. K. Chesterton. Necessita de uma leitura atenta e sem pressa, podendo, não só esclarecer essa questão, como colaborar para o avanço do conhecimento desse conceito sempre desafiador, em todos os níveis e com difícil aceitação.

O sétimo artigo, de Bruno Coelho Gonçalves, com o título: Breves considerações sobre a antropologia filosóficas de Max Scheler, consegue atingir seu objetivo e demonstrar a importância decisiva desse filósofo para a consolidação de uma antropologia filosófica contemporânea. Ao elucidar a real posição do homem no mundo, Scheler defende uma ética pautada na reabilitação dos valores. Nesse ensejo, vale à pena a leitura do oitavo artigo, de Iury Maycon da Silva Sales, com o título: Analise ética das pessoas como um ser-com-o-outro: considerações a partir da obra “O Personalismo” de Emmanuel Mounier, que considera, com o suporte da obra referida, o comportamento ético do sujeito, ou seja, da pessoa compreendida, principalmente, pela sua dimensão social e comunitária, como um ser-com-o-outro.

Com o nono e último artigo, saímos da esfera direta da Filosofia e nos voltamos para outro assunto bastante esclarecedor, importante e oportuno, sob vários aspectos e também pelo fato da nossa revista ser de cunho cultural. Com o título: A controvérsia iconoclasta e a defesa das imagens em São João Damasceno, escrito por Jairo Kuczynski, enfrenta com coragem a questão denominada “Iconoclastia” e a defesa de São João Damasceno das imagens, devidamente contextualizadas. Realiza também uma explicação sobre os ícones e seu papel mediador entre nós e o Divino. É bem recomendável essa leitura e conhecimento, dada a importância extraordinária que a Iconografia tem ganhado, tanto no sentido religioso, como estético.  A “escrita” de um ícone, como se costuma falar nesse caso, é uma verdadeira arte, meticulosa, com preparação especial, muita oração, devoção e dedicação. A arte sacra tem alçado “degraus” grandiosos com essa tarefa, verdadeira ponte entre a nossa concretude e as “coisas” do espírito.

Espero que aproveitem muito o que trouxemos nesta edição e, mais uma vez, sapere aude e carpe diem.

Boa leitura!

 

Profa. Ma. Teresinha Teixeira Colleone

Organizadora do dossiê

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