A leitura espiritual na família

A leitura diária da Sagrada Escritura, particularmente do Novo Testamento, na família deve coordenar-se organicamente com a oração diária: na oração nós nos dirigimos a Deus, mas na Sagrada Escritura é Deus que nos fala. A Palavra de Deus ajuda aos pais educarem seus filhos, e aos filhos a honrar seus pais. Compreendendo o valor da Palavra de Deus, a família recorre à Sagrada Escritura como à sua melhor conselheira.

A literatura espiritual, que inclui Vida de Santos, obras dos Padres da Igreja e outras obras de espiritualidade, propicia a formação e o desenvolvimento da personalidade humana na graça do Espírito Santo. Lendo uma obra de espiritualidade (como, p. ex., a Antologia Patrística de Kyiv ou as “Confissões” de Santo Agostinho), temos a nosso dispor experiências de penitência e conversão. No processo do progresso espiritual, o homem deve seguir pelo caminho nada plano da ascese: o domínio sobre hábitos pecaminosos e sobre as tentações, a luta contra as paixões. Esse caminho foi bem ilustrado por alguns autores de obras de espiritualidade, como, p. ex., São João Clímaco e sua “Escada Espiritual”.

No decorrer dos séculos, as obras mais acessíveis e de maior utilidade para a leitura familiar foram e continuam sendo as Vidas de Santos. Nessas “Vidas” a pessoa dos santos é enfocada em toda a diversidade de situações vitais, exitosamente resolvidas graças à santidade de vida dessas pessoas, em cooperação com a graça de Deus. O crescimento na santidade de cada membro da família, à semelhança dos santos, é a principal finalidade da comunidade familiar.

Além da leitura de literatura religiosa, favorecem a vida espiritual da “Igreja doméstica” também os filmes e as transmissões televisivas de conteúdo religioso, páginas religiosas na internet, audição de transmissões radiofônicas, audiovisuais sobre temas de espiritualidade, leitura de periódicos cristãos. Tudo isso vem em auxílio da família de hoje na sua busca de valores eternos, para tirar bom proveito de maneira responsável das autênticas fontes de espiritualidade e de cultura, e opor-se a um degenerado e vulgar conceito de família, da pessoa humana, da sociedade e do mundo circunstante. Dessa maneira, tudo o que é sagrado e majestoso no templo terá o seu lugar também na família como “Igreja doméstica”.

Fonte: Cristo nossa Páscoa: Catecismo da Igreja Greco-Católica Ucraniana. Tradução: Pe. Soter Schiller, OSBM. Curitiba: Serzegraf, 2014, n. 664-667.

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