O Sacrifício | A uma só voz e com um só coração com Pe. Paulo Serbai, OSBM

É bom estarmos juntos, diante do Santo, junto com os santos e anjos, celebrando como Igreja, na fraternidade, concelebrando com o único Sacerdote Jesus Cristo, mas se não fosse o Sacrifício de Cristo, nada disso seria possível. É a fonte da festa, da alegria e da salvação acontecem. Na Divina Liturgia somos testemunhas deste acontecimento que gera a salvação, a vida, o perdão, a alegria do encontro, do canto, da Oração. Tudo no nosso hoje! A nossa salvação acontece hoje! Somos testemunhas do único sacrifício realizado na cruz, naquela sexta-feira, no Gólgota. No cenáculo, na Quinta-feira Santa, já estava a cruz, a sepultura e a Ressurreição. Tudo isso é atualizado na Divina Liturgia. Um sacrifício irrepetível! Irrepetível porque perfeito. Nos fez Igreja, filhos amados do Pai, herdeiros do Reino, irmãos e irmãs na pessoa de Jesus Cristo. Uma vez para sempre! Na Consagração, quando estamos com os corações no céu, ao alto, diante do Altar celeste, junto ao Único Sacerdote Jesus Cristo, nós ouvimos estas palavras recitadas pelo sacerdote: “Ele, vindo ao mundo e tendo cumprido todo o plano da nossa salvação, na noite em que foi entregue, ou melhor, Ele mesmo se entregou pela vida do mundo, tomou o pão nas suas santas, puras e imaculadas mãos, deu graças, abençoou, santificou e o partiu, deu a seus discípulos e apóstolos dizendo: Tomai e comei… Bebei dele todos…”. O sacerdote não diz: Cristo fez e agora nós vamos repetir e fazer o mesmo. Nós estamos lá, na quinta-feira, naquela noite, no cenáculo, juntos aos Apóstolos e ouvimos as mesmas palavras da consagração pronunciadas por Jesus Cristo, participamos da única Divina Liturgia celebrada na história da humanidade, pelo único Sacerdote eterno. Somos testemunhas do amor divino por todos nós. Certamente podemos perguntar: Padre, eu já participei de tantas e tantas Divinas Liturgias! Como é que não se repetem? Não se repete! A novidade, o que se repete, somos nós, mas o Sacrifício, não! Cristo deu um comando: Fazei memória… Nós, obedecendo, fazemos memória. Não é o mesmo que celebrar um fato, um acontecimento do passado, um aniversário. Estas datas ficam na lembrança, são do passado, não voltam mais.  Fazer memória é atualizar para os nossos dias, participar do mesmo momento, das graças , do mistério… A Liturgia nos leva lá, naquele dia, diante dos mesmos gestos e palavras… Para sempre! Ação divina, eterna! Irrepetível porque perfeita! Nos salvou, purificou, o pecado foi vencido, o Paraíso foi reaberto e nele fomos reintroduzidos, somos filhos! Diante de nós está a cruz, a sepultura e a Ressurreição. A minha salvação acontece diante dos meus olhos! Foi por mim, pelos meus pecados! Fui amado com um amor eterno! Os meus pecados atuais, a minha maldade, a minha desobediência, estavam lá… e foram causa de sofrimento! Ele nos amou quando ainda éramos pecadores, vai nos dizer São Paulo. É na cruz que eu nasci. É na cruz de Cristo que fomos batizados e revestidos da graça santificante. É na cruz que buscamos a remissão dos pecados toda vez que participamos do Sacramento da Confissão.

Que mistério! Cristo não quis que fossemos estranhos à nossa própria salvação! Somos testemunhas do seu imenso amor por cada um de nós. E para que não tivéssemos dúvidas, Cristo se manifestou em mais de 300 milagres eucarísticos pelo mundo afora! E a ciência se entrega ao mistério! Quantas análises e tentativas de negar! Mas todas elas chegaram a uma mesma conclusão: a Eucaristia é corpo e sangue humano verdadeiro! Sangue do tipo AB, carne do coração, extraída viva, de uma pessoa que estava sofrendo muito! E todas as análises feitas, em diversos milagres, revelaram os mesmos resultados. Deus nos ama realmente! Claro que hoje, em cada Divina Liturgia, o sacrifício de Cristo é atualizado de forma espiritual e incruenta, Cristo não morre novamente, mas participamos sempre do mesmo e eficaz sacrifício de Cristo na cruz. Sem o Sacrifício, não existiria a vida, o Espírito Santo. E nós O recebemos Vivo, Ressuscitado. Apaixonado e cheio de misericórdia por cada irmão e irmã, pelos quais Ele sofreu, morreu e ressuscitou.

Mas tem algo muito importante a ser dito quando falamos do sacrifício de Cristo. Após a consagração, o sacerdote toma em suas mãos o Corpo e o Sangue, o maior Dom, a maior riqueza que um ser humano pode ter em suas mãos, os eleva e os oferece a Deus Pai por tudo e por todos. E na patena, caro irmãos e irmãs, também estão as nossas intenções! O nosso pouco torna-se grande, eterno, agradável! Como é importante o nosso pequeno sacrifício! Sempre ofereçam as vossas intenções, a vossa oferta. O Altar do sacrifício as transforma em oferta agradável ao Senhor.

Pe. Paulo Serbai, OSBM
Mestre em Ciências Eclesiásticas Orientais

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