A Excelência e o Valor da Divina Liturgia

À luz das observações anteriores da natureza da Divina Liturgia, pode-se ver claramente seu grande significado e infinito valor. Em todos os aspectos ela é superior a todos os outros sacrifícios que a humanidade já havia oferecido, seja de origem pagã ou judaica (Antigo Testamento).

As ofertas sacrificiais judaicas não era apenas uma expressão natural de adoração rendida pelo povo judeu, mas elas eram também mais perfeitas que os sacrifícios pagãos. Os judeus, que tinham a verdadeira fé, sacrificavam para o verdadeiro Deus e não para deuses falsos como faziam os pagãos. De todas as nações que existem, eles foram a única escolhida para ser a verdadeira portadora da fé em Deus, das primeiras revelações de Deus e da promessa de um redentor do mundo – o Messias.

Alguns sacrifícios, como o sacrifício pascal, foram prescritos pelo próprio Deus e, assim sendo, levou o selo da aprovação divina. No plano divino o Cordeiro Pascal era um precursor, embora um frágil, de Sacrifício Incruento. Por esta razão, os sacrifícios judaicos eram muito mais perfeitos do que todos os sacrifícios pagãos. Ainda, eles eram ao mesmo tempo imperfeito desde que eram apenas figuras e sombras da Divina Liturgia e não eram completamente para cumprir os fins ou propósitos de sacrifício. Neles, eles eram incapazes de reconciliar a humanidade com Deus ou restaurar a união com Deus que tinha sido destruída pelo pecado.

Todos estes imperfeitos, temporários e frágeis sacrifícios tenham sido substituídos pelo Sacrifício de Sangue do Deus-Homem na cruz e a renovação incruenta deste mesmo sacrifício na Divina Liturgia. São Paulo claramente demonstra o real vazio a incompleta natureza de todos os sacrifícios oferecidos antes de Cristo: “Além do mais, é impossível que o sangue de touros e bodes elimine os pecados.” (Hb 10,4) Ele acrescenta que Cristo tinha que vir para obter a remissão dos pecados oferecendo Seu Corpo e Sangue como um sacrifício: “Por isso, ao entrar no mundo, ele afirmou: Tu não quiseste sacrifício e oferenda. Tu, porém, formaste-me um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não foram do teu agrado. Por isso eu digo: Eis-me aqui, — no rolo do livro está escrito a meu respeito — eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade.” (Hb 10,5-7) Cumprindo o desejo de Seu Pai Celestial, Ele morreu na cruz, assim oferecendo a Sí mesmo como um sacrifício pelos pecados do mundo.

Morrendo na cruz, Cristo anulou todos os sacrifícios que tinham sido até então ofertados, e no lugar deles Ele inaugurou um novo sacrifício, uma “oferta pura” de que o Profeta Malaquias falou: “Não tenho prazer algum em vós, disse Iahweh dos Exércitos, e não me agrada a oferenda de vossas mãos. Sim, do levantar ao pôr-do-sol, meu Nome será́ grande entre as nações, e em todo lugar será́ oferecido ao meu Nome um sacrifício de incenso e uma oferenda pura. Porque o meu Nome é grande entre os povos! Disse Iahweh dos Exércitos.” (Ml 1,10-11)

Essas palavras proféticas encontram seu cumprimento no sacrifício da Divina Liturgia. A Divina Liturgia é, portanto, aquela nova, perfeita, santa, universal e pura oferta.

De tudo o que foi dito da Divina Liturgia, pode-se concluir, antes de tudo, que os Cristãos não tem melhor e mais precioso tesouro do que a Divina Liturgia que é um memorial da salvação. Na Divina Liturgia, Deus continua a manifestar Seu amor. Ele deixou um único memorial de Sua morte – um memorial “mais duradouro e mais durável do que o bronze,” o único memorial desse tipo, um memorial imortal, imperecível e inesquecível. Nele Ele demonstra, uma e outra vez, Seu amor infinito.

Em segundo lugar, se a Divina Liturgia é um grande tesouro, significa que deve ser valorizado. A Divina Liturgia, como o sacrifício par excellence e o maior ato de adoração divina deveria ser o coração e a alma da religião cristão. Deve deixar de ser meramente uma formalidade comum do domingo, um ritual sem espírito e monótono. Um conhecimento mais íntimo da sua natureza, seus ritos, suas orações e seu simbolismo ajudam a apreciar mais a Divina Liturgia, pois é apenas conhecendo e entendendo que se pode verdadeiramente e sinceramente apreciá-la e estimá-la, e obter benefícios espirituais dela.

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