A perspectiva teológica da filosofia personalista foi tema de formação com o Pe. Dr. Rafael Solano

Ontem, dia 21 de novembro, a convite do Serviço Canônico Pastoral – Pastoral Pré-Judiciária Canônica da Arquidiocese de Curitiba, o Pe. Dr. Rafael Solano, membro do clero da Arquidiocese de Londrina e também professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, esteve aqui na FASBAM para falar sobre a perspectiva teológica da filosofia personalista à luz da Gaudium et Spes.

No início, Pe. Rafael apresentou o personalismo cristão a partir de Emmanuel Mounier, destacando a sua definição das quatro dimensões da ação: a modificação da realidade externa, a formação interior, a assimilação de um universo de valores e a dimensão coletiva. Em seguida, o conferencista tratou do personalismo em Karol Wojtyla, sublinhando que entre a pessoa e a ação existe uma relação claramente experiencial, causal, que faz com que a pessoa, a saber, todo o ego humano concreto, reconheça que sua ação é o resultado de sua eficácia.

A partir disso, a reflexão do Pe. Solano apontou para um ponto da Gaudium et Spes que nos parece muito atual: “Nos nossos dias, a humanidade, cheia de admiração ante as próprias descobertas e poder, debate, porém, muitas vezes, com angústia, as questões relativas à evolução atual do mundo, ao lugar e missão do homem no universo, ao significado do seu esforço individual e coletivo, enfim, ao último destino das criaturas e do homem” (Gaudium et Spes, 3). Neste sentido, é preciso: observar o caráter eclesiológico e ter abertura à modernidade.

Por fim, o Rafael Solano concluiu que se deve notar que, com as premissas personalistas da Humanae Vitae, também se podia chegar a uma norma diferente, como sugeriram por anos, muitas vezes punidos até apenas por isso, alguns grandes teólogos como o padre Häring, o jesuíta Fuchs e, entre os italianos, Valsecchi, Chiavacci, Mongillo, Piana e muitos outros até hoje –, porque a abordagem personalista podia, e poderia, levar a uma norma diferente, no rastro da Gaudium et Spes, e também da disciplina das outras Igrejas irmãs.

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