A importância do símbolo e seu valor

O símbolo refere-se à junção de duas coisas. O símbolo está localizado entre o transcendente e o homem que o utiliza como uma forma de hierofania. O transcendente mostra-se através de uma hierofania, mas para isso, o transcendente, ao mostrar-se, limita-se. Assim, ele reveste um objeto de sacralidade. Portanto, através desses objetos sacralizados, que se tornam símbolos do transcendente, se torna possível a comunicação do homem com o transcendente.

Em relação ao símbolo, algumas coisas devem ser levadas em consideração. Ele tem um “segundo sentido”. Por exemplo, um voo de uma ave me faz pensar na liberdade. Ao ver algum objeto e me lembrar de algo, isso chamamos de “segundo sentido”. O “segundo sentido” não está objetivado nas coisas, mas é uma experiência humana e singular em cada ser humano. Deste modo, para que se possa dar sentido ao “segundo sentido”, o homem vai nomeá-lo de acordo com a sua experiência particular de vida, é próprio de cada homem, o “segundo sentido” não está contido no objeto. Também devemos lembrar que os objetos não são símbolos em si mesmo, ou seja, para que um símbolo exista ele precisa de algum tipo de experiência humana, para que ele possa realmente ser um símbolo.

O símbolo significa algo além de seu próprio sentido. Por isso podemos apresentar o símbolo como “remissivo”, ele envia para outra realidade o que importa existencialmente. O símbolo nos mostra em nossa existência, a presença do sagrado, do transcendente, os quais estão presentes em outra realidade. Quando o homem religioso tem a experiência com o sagrado, o transcendente não se torna definível por palavras. O transcendente é percebido como um mistério. A experiência que se tem com o sagrado, não pode ser expressa. As palavras que a expressam convertem-se em palavras simbólicas.

É importante alertar que o símbolo não pode ser confundido com a metáfora, alegoria ou signo. A metáfora, em sua origem, significa “leva mais adiante”, ou seja, para outro significado, apoiando-se somente no sentido direto. Por exemplo, se digo que certo homem é forte como um touro, estou levando a ideia de força de touro para certo homem. O símbolo, pelo contrário, não atribui a ideia de algo conhecido, ele impõe a intuição do desconhecido.

A alegoria significa “dizer outra coisa”, ela transporta um “segundo sentido” para um “primeiro sentido”. Envolve um sentido conhecido com uma aparência comum de significação óbvia e comum. Para entender a alegoria é preciso ter conhecimento do segundo sentido. Ela parte de algo conhecido para terminar em uma figura, que remete ao observador a algo conhecido, mas lido a partir de uma imagem. A alegoria é um recurso para interpretar acontecimentos ou realidades conhecidas, ou que se fazem conhecer por uma “explicação”, como nas parábolas evangélicas.

E por fim, o signo, que se assemelha um pouco com a alegoria, dentro do seguinte sentido, para que uma coisa seja signo, esse signo deve ser de algo conhecido. A conexão pode ser algo convencional e precisa ser explicada antes de constituir signo. Os símbolos matemáticos, lógicos são exemplos de signos, pois supõem uma aprendizagem antes de seu uso. O símbolo se diferencia da metáfora, alegoria e signo por remeter a algo desconhecido, que se faz presente em algo visível.

Desta forma concluímos dizendo que o símbolo é a representação de uma ausência. É a linguagem básica da experiência religiosa. Tem um valor essencial, o símbolo faz pensar no transcendente, diz sempre mais do que diz tal experiência, pois não tem como explicar a experiência com o sagrado fora do símbolo. É a linguagem do profundo, intuição. Por isso é a linguagem da poesia, do amor, da experiência religiosa.

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Texto elaborado pelo estudante Edson Alves de Sousa, da turma do 2º ano do Curso de Filosofia, para a unidade curricular de Filosofia da Religião II.

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