O entendimento das vocações

Como identificar o verdadeiro propósito para a sua vida

Você sabe o significado de vocação? A palavra vem do verbo latino “vocare”, que quer dizer “chamar”. A vocação é, portanto, um chamado. No âmbito religioso, ela é sempre um chamado de Deus para alguma coisa. É diferente de um “estado de vida”, que é quando você vive em determinada situação temporária. Vocação não é uma carreira, não é algo que você faz, vocação é aquilo que você é.

Em 2018, o Papa Francisco fez questão de lembrar que nós não estamos neste mundo por acaso, pelo contrário, a nossa vida é fruto de uma vocação divina. E a cada dia, o Senhor continua a nos chamar para O seguir. A filiação divina e o caminho para a santidade podem ser vividos de várias formas. De acordo com a Igreja, temos as seguintes vocações: religiosa, matrimonial, leiga, familiar e sacerdotal.

Na Vocação Religiosa temos pessoas que foram chamadas para seguir Jesus dentro de uma congregação religiosa, consagrando-se a Ele através dos votos religiosos de pobreza, castidade e obediência, além de outros específicos de cada congregação. Através do voto, o religioso faz uma oferenda de si mesmo a Deus. O fundamento evangélico da vida consagrada está na relação que Jesus estabeleceu com alguns de seus discípulos, convidando-os a colocarem sua existência a serviço do Reino, deixando tudo e imitando mais de perto a sua forma de vida.

Se você sente que Deus o chama a formar uma família, a Vocação Matrimonial é o seu caminho. É um chamado cheio de amor que Deus faz a um homem e uma mulher para viverem juntos e constituírem uma família. Quando a família vive verdadeiramente o amor está correspondendo ao amor de Deus, está educando os filhos nesse amor e está dando exemplo de fidelidade a Deus e a seu projeto de amor.

Essa fidelidade se dá através de uma vivência dos valores cristãos. Assim a família se torna o espaço e o ambiente ideal para que os filhos possam discernir o chamado de Jesus. O lar fica sendo um templo vivo de Deus e uma Igreja em miniatura. Sendo a primeira educadora, é na família que nascem e crescem as vocações, e onde se forma a responsabilidade vocacional de todos.

A Vocação Leiga inclui todos os cristãos, que como batizados têm a missão de anunciar Jesus Cristo: caminho, verdade e vida. São pessoas não consagradas que trabalham na construção do reino de Deus, isto é, de uma sociedade justa e mais fraterna, conforme o desejo de Jesus. Exercem ministérios diversos na comunidade, conforme os dons que Deus lhe deu. Esses serviços são: catequese, obras sociais, animação da liturgia etc. O leigo representa a Igreja no coração do mundo, atuando assim nos mais diversos ambientes (escola, trabalho, família), com o testemunho de sua vida, sua palavra oportuna, sua ação concreta. Por outro lado, ele é o homem do mundo no coração da Igreja.

A Vocação Sacerdotal é uma forma de seguir o chamado de Deus exclusivamente para os homens. O padre é alguém tirado do meio do povo e consagrado por Deus para o serviço deste mesmo povo nas coisas que se referem a Deus. Ele é o grande mediador entre Deus e o povo. Seu papel é dar continuidade à missão de Jesus Cristo. Além de celebrar a Missa e ministrar os Sacramentos (como o Batismo, a Confissão), cabe a ele fazer crescer o amor nas comunidades, nas famílias, no coração das pessoas.

Mas todas as pessoas têm uma vocação? Sim, a visão da Igreja é que cada pessoa tem uma vocação única, conforme o chamado de Deus, ou seja, fomos criados com um propósito e um fim.

O despertar vocacional pode acontecer de diversas formas. Conseguir responder de forma sincera algumas questões pode ajudar no entendimento sobre o seu chamado. O que desejo para minha vida? O que penso em relação ao meu futuro? Quais são as dúvidas em relação à minha escolha vocaciona? A vocação precisa ser descoberta, despertada, promovida e cultivada. Segundo o Papa Francisco, precisamos ouvir o chamado de Deus no nosso coração.

– Não sejam surdos à chamada do Senhor! Se Ele os chamar, não se oponham, mas confiem nele. Não se deixem contagiar pelo medo, que nos paralisa, diante da proposta do Senhor. Lembrem-se sempre que o Senhor promete, aos que deixam tudo para segui-Lo, a alegria de uma vida nova, que enche o coração e anima nosso caminho -, disse Santo Padre em mensagem aos fiéis, em março deste ano.

Diante das provações do mundo, é preciso coragem para assumir o chamado de Deus. Quem se dedica a uma vocação – seja ao sacerdócio ou à vida religiosa, seja ao matrimônio ou ao celibato laical -, dedica-se a um chamado interior. Não se trata de uma escolha arbitrária, pautada em interesses econômicos ou sentimentais. É, antes, uma entrega total, uma resposta ao projeto de Deus para aquele indivíduo.

Fonte: Vitrine Vozes, nº 24, p. 04.

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