Atributos Divinos em Tomás de Aquino e Gregório de Nissa finaliza a XI Semana de Filosofia da FASBAM

No último dia das atividades da XI Semana de Filosofia da FASBAM deste ano de 2019, aconteceu uma conferência seguida de debate, com Prof. Dr. Lucio Souza Lobo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A exposição do professor foi acerca do tema Atributos Divinos em Tomás de Aquino e Gregório de Nissa

Após a devida acolhida pelo cerimonial da instituição, tomou a palavra o Prof. Lucio, e instigou a todos durante a sua fala com algumas abordagens do pensamento tomásico e deu ênfase, por exemplo, à “analogia do ser”, comentando sobre alguns problemas que Tomás de Aquino procura resolver. “Se podemos fazer ciência sobre Deus, podemos nos valer de nossa linguagem para falar d’Ele”, destacou o professor no que diz respeito à possibilidade da fala sobre Deus.

A abrangente exposição do Prof. Rogério serviu para que os pensamentos peculiares ou específicos de Tomás de Aquino e Gregório de Nissa despertassem um interesse ainda maior pelos estudantes do Curso de Filosofia da FASBAM, mas também com uma ligação mais profunda entre os pensamentos filosóficos e teológicos de ambos. 

As reflexões dessa manhã de sexta-feira foram muito importantes, como todas as outras, mas mais especificamente com relação à ligação entre os pensamentos da Patrística, dos Padres capadócios, em especial de Gregório de Nissa, e os da Escolástica, de Tomás de Aquino. Muitas questões pelas quais Tomás se debruçou tinham raízes e alguns comentários já no tempo dos Padres capadócios e que foram estudados nestes dias da XI Semana de Filosofia.

“A busca dos atributos de Deus deve ser feita à partir desse mundo em que estamos”. É com estas palavras que o professor Lúcio Lobo prosseguiu em sua exposição mostrando a importância das diversas áreas da filosofia na resolução da problemática gerada pela afirmação, ou seja, é necessário que sejam feitas reflexões epistemológicas, lógicas, metafísicas, entre outras. E é exatamente nisso que Gregório de Nissa, em sua obra A Grande Catequese, trata de forma bem pontual, porém com algumas divergências ou complementações que posteriormente Tomás de Aquino pontuou.

O início do debate se deu logo após duas apresentações culturais, uma do terceiranista Pedro Henrique Mocelin, que interpretou na flauta o Hedwigs’ Theme, e outra em que juntamente com o estudante Guilherme Fernandes, interpretaram a música Sitio do Pica-pau Amarelo, de Gilberto Gil.

Muitas questões surgiram durante o debate que foi mediado pelo Prof. Dr. Rogério Miranda de Almeida,  principalmente no sentido de esclarecimentos sobre o pensamento tomásico, já que muitas das obras do pensador escolástico exigem um certo rigor e esforço maior para o entendimento. Para exemplificar, o estudante Lucas Dantas, da turma do segundo ano, pediu que o conferencistas falasse um pouco mais sobre os conceitos de eternidade, onisciência e onipresença, que foram explicados pelo conferencista através de comparações a coisas simples do cotidiano.

Uma conclusão bem compacta da exposição e do debate feito no último dia da XI Semana de Filosofia, pôde ser expresso na fala do conferencista: “São Tomás leu São Gregório de Nissa, principalmente no que diz respeito à necessidade de dissecar, estabelecer, elaborar e fazer ciência”.

Texto: Fr. Roberto Silva Souza, SAC, estudante da turma 2º ano do Curso de Filosofia da FASBAM.

Fotos: Luiz Carlos Araujo Moreira.

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