Por que a oração diante de um ícone não é idolatria?

A palavra “ídolo”, derivada do grego, significa imagem. Refere-se a uma estátua, uma escultura à qual se presta adoração como a uma divindade. Um ícone, por sua vez, é também uma representação visual; nos ícones, contemplamos os semblantes do Senhor Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos santos. Pode-se então questionar se um ícone seria, de fato, um ídolo. A resposta é não, e há uma explicação fundamental para essa distinção.

Para os pagãos, a estátua diante da qual se prostravam era considerada uma encarnação viva e física da divindade. Oferecer um sacrifício cruento ao ídolo ou apresentar oferendas na forma de frutas ou flores tinha o sentido literal de “alimentar e agradar à divindade”. Na mente pagã, o ídolo feito por mãos humanas era percebido como uma divindade visualizada, materializada na madeira, metal, mármore ou qualquer material usado para esculpi-lo.

Por outro lado, o ícone representa uma manifestação de ordem completamente distinta. Uma analogia apropriada para compreender a diferença entre a oração diante de um ícone e a idolatria é a seguinte: um ícone é como uma fotografia de uma pessoa querida. Quando olhamos para a foto de alguém que amamos e experimentamos sentimentos de amor e ternura, esses sentimentos não são direcionados ao pedaço de papel com uma impressão colorida, mas sim à pessoa retratada. A foto é apenas um meio para despertar em nossa alma toda a gama de sentimentos em relação àqueles que estão representados nela. Da mesma forma, o ícone é sagrado não em si mesmo; não é um ídolo diante do qual nos prostramos.

O ícone serve como um auxílio em nossa oração, um lembrete do Deus invisível que, mesmo assim, está sempre próximo de nós. Portanto, é não correto dizer “eu rezo ao ícone”, mas sim “eu rezo diante do ícone”, pois o destinatário de nossa oração não é a imagem, mas Aquele ou aqueles que estão representados nela.

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