“Fé e Razão” é o tema desta 14º Semana Filosófica que comemora os 25 anos da encíclica de João Paulo II sobre este referido tema. O poema usa da linguagem altamente figurativa dos pássaros, que é um comum exemplo de explicação do tema fé e razão, e João, no poema, se refere ao papa como aquele ajustador filosófico e teológico desta problemática atemporal e nas entre linhas das palavras poéticas podemos identificá-las e refleti-las.
E a linguagem poética é um arranjo desse diálogo de fé e razão, por compreender o sensível e o razoável e transcender a harmonia desses objetos a um subjetivismo pleno. Assim, segue o poema:
PÁSSAROS
Eles voam como voou o tempo
Uns pousam e firmam seus terrenos
Outros esperam do céu seu alimento
Serenos…
A razão dos terrenos pássaros
Que com o bico para baixo
Acham o essencial, o necessário
Seu mundo não precisa voos
Nem de sonhos e escuros saltos
Não fecham seus olhos
Em fantasiar outros céus
Nem criam pássaros
Com intocável véu
Não pensam no que os fez voar
nem cantar, nem animar
somente vivem
Do que a alvorada os proporcionar
E prover
Felizes
A fé dos pássaros
Que esperam do céu
Em seus ninhos
Eloquentes hinos
Quando achavam moinhos
Seus olhos eram mais finos
Enxergavam tudo com mais brilho
E ensinavam os mitos
Dos pássaros ricos
Razão para cânticos e destinos
Supra Felizes
João os via do pico do monte
Entre céu e terra
Os pássaros de fé
Os pássaros de razão
Cantava com todos
E treinou seus voos
Modificou seus bicos
Equilibrou seus impulsos
Fé e razão voaram juntas
João uniu suas concórdias
Todos mereciam a Verdade
João as fez capazes
Que com diferentes rotas
Voassem em plena unidade…
Autor: Pedro Igor Rodrigues, estudante do Curso de Filosofia da FASBAM.

Esplêndido. Estabelece relação (dialoga) intertextualmente com a passagem bíblica acerca dos lírios do campo que “não semeiam nem fiam e nem mesmo Salomão se vestiu como um deles”.