A educação cristã, o ensino e a cultura | Série: Justiça Social

A família cristã é o meio mais importante não só para acolher o dom de uma nova vida, mas também para o seu desenvolvimento. No processo educacional, a família deve desenvolver e formar a pessoa na sua totalidade e em todas as suas dimensões[1]. Os pais são os primeiros, ainda que não os únicos, educadores de seus filhos, e ninguém pode privá-los dessa responsabilidade. Os pais têm o direito e o dever de educar seus filhos de forma cristã; por isso devem buscar os melhores meios para um cumprimento mais efetivo desse dever. Os pais são responsáveis pela transmissão do tesouro da fé aos seus filhos e são chamados para conduzir os filhos “à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4, 13). A pessoa do educador se reveste de grande dignidade: “Se as pessoas que esculpem a estátua do rei ou pintam o seu retrato gozam de tão grande fama, não deveríamos tanto mais nós, que desvelamos progressivamente a grande beleza da Imagem Régia, pois a pessoa foi criada à imagem de Deus e sua autêntica semelhança, rejubilar-nos com bens inefáveis?”[2].

O Estado e a sociedade, com base no princípio da subsidiariedade, devem auxiliar os pais a cumprir o seu dever de pais, mas não podem arrogar-se o papel da família na educação dos filhos[3]. A sociedade assume as obrigações da educação infantil somente quando os pais estão impossibilitados de cumprir suas obrigações. Em contraposição, o Estado deve criar condições adequadas para o bom ensino e a cultura de acordo com a vontade dos pais. A família cristã tem o direito de enviar seus filhos àquelas escolas que podem assegurar a educação das crianças e dos jovens no espírito cristão.

A missão educativa da Igreja como Mãe e Mestra consiste em anunciar o caminho da salvação e ajudar no crescimento em Cristo. A Igreja educa seus filhos por meio da vida litúrgica, os introduz na profundidade da fé cristã pela catequese, alimenta-os com a Palavra de Deuse com o Corpo e Sangue de Cristo. Ao mesmo tempo, a Igreja institui escolas católicas nos seus diversos níveis e também universidades com o objetivo de que as gerações futuras possam crescer na consciência cristã e social e, dessa forma, possam transfigurar a cultura em que vivem[4].

[1] Compêndio de Doutrina Social da Igreja, 238-239.

[2] João Crisóstomo: Comentário à Epístola aos Efésios, Homilia 21, 4.

[3] Compêndio de Doutrina Social da Igreja, 240.

[4] Cf. Concílio Vaticano II: Declaração sobre a educação cristã Gravissimum educationis (“O gravíssimo dever da educação”), 2-8.

Fonte: Cristo nossa Páscoa: Catecismo da Igreja Greco-Católica Ucraniana. Tradução: Pe. Soter Schiller, OSBM. Curitiba: Serzegraf, 2014, n. 951-953.

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