3 dicas práticas sobre ascetismo

É melhor não percebermos Deus como um supervisor severo, mas como o Doador da graça. Dessa forma, seremos capazes de mudar nossa atitude com relação às implicações de nossas ações pecaminosas: se pecarmos, perdemos os dons da graça; se não formos à igreja ou não rezarmos em particular, fomos nós quem recusamos certo apoio à graça; se lermos as Escrituras Sagradas com reverência e ajudarmos o próximo, atrairemos a graça de Deus.

O ascetismo é apenas um meio de alcançar a perfeição cristã, enquanto a principal fonte de salvação é a graça de Deus, o poder de Deus. Um exemplo é um marinheiro que aproveita o poder do vento, ou um surfista que usa o poder da onda. O objetivo do ascetismo é estimular nossa força e aumentar nossa capacidade de perceber a graça divina, e nos tornar receptivos ao esforço salvador de Deus. Nós não mudamos tanto a nós mesmos (pelo processo conhecido como auto-aperfeiçoamento) quanto nos abrimos a Deus para sermos transformados por Seu poder. Como nos abrimos? Nós nos obrigamos a cumprir os mandamentos de Deus, nos voltarmos para Ele em oração, participar de Seus sacramentos, etc.

Todo sucesso na vida espiritual não deve ser visto como uma vitória pessoal, mas como um presente de Deus, que nos deu graça e força para alcançá-lo. Toda a vida espiritual cristã pode ser avaliada através da graça, se a perdemos ou a adquirimos.

Nem sempre é possível superar a paixão (pecado arraigado) imediatamente. Se não conseguirmos de uma vez, não precisamos nos desesperar: o ascetismo exige uma abordagem abrangente. Vamos tentar entender em detalhes as manifestações específicas dessa paixão e determinar os estágios (etapas) de nossa luta contra ela. Vamos elaborar um plano escrito para combater a paixão, pensemos no modo como nos comportaremos em situações que provocam paixão. Não vamos tentar apenas derrotar a paixão; em vez disso, vamos adquirir a virtude oposta, porque a paixão é um tumor maligno da virtude.

As pessoas tendem a se comparar com pessoas que estão à parte da vivência espiritual: bem, eu não sou um assassino, estuprador ou dependente químico. Logo, não tenho grandes pecados… É por isso que somos ordenados a nos medir de acordo com os mandamentos de Deus e dos santos. Nesse caso, provavelmente não seremos capazes de nos iludir com nossa ostensiva normalidade e sempre teremos algo pelo que lutar.

Uma pessoa normal criada por Deus é uma pessoa santa; virtude é o ato natural de um ser humano; e qualquer coisa que não seja assim é um estado anormal. O fato de o pecado reinar em nosso mundo não significa que seja normal. A norma é uma questão de qualidade, não de quantidade.

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