Santíssima Mãe de Deus do Sinal: a Explicação do Ícone

Este é o ícone com maior probabilidade de qualquer visitante de uma igreja ou catedral oriental ver, pois geralmente está presente na parte superior do altar, o ponto focal de qualquer igreja. É também um dos mais antigos ícones cristãos, sendo encontrado nas catacumbas do século I onde a Igreja primitiva adorava secretamente. O que este ícone mostra e o que está por trás de seu nome?

O ícone mostra a Mãe de Deus da cintura para cima, de frente para nós, com as mãos levantadas até o nível da cabeça, os cotovelos flexionados. Desde tempos imemoriais este gesto significou um apelo de oração a Deus. O Menino Jesus é representado em um círculo de luz em seu peito. Ícones desse tipo eram, e ainda são às vezes chamados de Oranta (do termo em latim para rezar). Sua postura de oração também dá a impressão de nos presentear com Cristo, e nossa atenção é atraída – como sempre nos ícones da Santíssima Mãe de Deus – para seu Filho, nosso Salvador. Em terras eslavas, essa imagem adquiriu o nome de Nossa Senhora do Sinal porque, dada a composição do Ícone, este nome se refere à profecia de Isaías:
 
“O próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco.” (Is 7,14).
 
Oranta, Catedral de Santa Sofia de Kyiv, na Ucrânia.

Quanto ao uso deste ícone, ou variantes dele, acima dos altares na igreja, está relacionado com a igreja da Nova Aliança, Cristã, sendo uma versão renovada do Templo Judaico da Antiga Aliança. No Templo Judaico, conforme descrito na Bíblia, havia o Propiciatório. Flanqueado por querubins, acima do altar e dentro do santuário, é dentro do propiciatório que a presença de Deus se manifestava todos os anos aos sacerdotes. Agora, é claro, Deus é manifesto a todos nós na pessoa de Jesus Cristo, e assim Maria – em quem a glória de Deus se manifestou – se torna o “novo” Propiciatório. De fato, do ícone no topo deste post, ela é ladeada por querubins, como o propiciatório foi. Mas, diferentemente do propiciatório da religião “antiga”, a Mãe de Deus e seu Filho são claramente visíveis e manifestam a todos que entram em uma igreja oriental.

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