A Teoria Conceitualista de Pedro Abelardo

Para Pedro Abelardo[1], o conceitualista, é notável a importância da lógica para a compreensão da filosofia no requisito argumentativo. Vários pensadores já se emprenharam para atender os questionamentos levantados pela filosofia no período histórico de sua existência. Podemos citar em especial Platão e Aristóteles que foram os pioneiros na arte da argumentação. Platão, assim, definia um modelo de pensamento inteligível, isto é, tudo aquilo que está em certo plano de ideias e logo tudo aquilo que permanecia neste plano material era apenas meras cópias de um “lugar” não pertencente às coisas suprassensíveis. No entanto, para Aristóteles, tudo o que está aqui neste mundo sensível recebe, a essência, isto é, a alma e o corpo necessariamente habitam em um mundo compreensível. Deste modo, se faz necessário está breve introdução para que passamos aos escritos de Pedro Aberlado para ocorrer uma compreensão sistematizada dos conjuntos formados nas expectativas deste filósofo importante da humanidade.

O pensador Pedro Abelardo, como é apresentado na coletânea Os Pensadores[2], foi um estudioso da lógica filosófica que por muitos é descrita como instrumento para a filosofia, porém para ele a lógica pertencente a própria filosofia e doravante tornar-se-á uma poderosa fonte de entendimento e preciosa avaliadora de argumentos. Desta forma, os seus apotegmas fundaram um caráter conceitualista, ou seja, para ele tudo o que existe no mundo real está ligado ao particular e isso é o mesmo que dizer que os conceitos que apontam coisas para os realistas, partem da mente de quem os pensam e neste momento surge o seu método de pensamento. Para Pedro, seu objetivo de estudo era buscar um equilíbrio entres os procedimentos já existentes, isto é, os modelos pertencentes aos realistas e nominalistas. Podemos entender que tudo, o que apontam conceitos do sujeito ou predicados recebem o olhar da realidade inteligível e sensível e está é uma caraterística do realismo. Já para o nominalismo, nenhum conceito é válido porque não demostram termos gerias, ou seja, ideias, propriedades particulares, categorias e predicados universais para o apontamento do sujeito na sua substância.

A lógica de Abelardo parte do pressuposto dos chamados predicados universais, que são palavras que estruturam as categorias. Estes arcabouços são denominados de substância, isto é, aquilo que diferencia os sujeitos a quem as categorias atribuem acidentes. O fato principal é que, Abelardo não se opõem aos Racionalistas e Nominalistas, ele acredita que tudo que surge de conceitos não são apenas palavras ou linguagem “sopros” e nem tudo que é linguagem são conceitos, mas os conceitos existem e determinam coisas que facilitam o que chamamos de predicados ou até mesmo aqui aponta os objetos, exemplo: “Isto é um lápis ou aquilo é um lápis”, ou seja, seguindo o mesmo arquétipo, podemos apreciar um outro argumento lógico: “Isto é um lápis de cor amarela e este lápis se diferencia dos outros pela sua substância primária que é única e plena, porém, ele faz parte do conjunto dos lápis amarelos que não deixa de ser um lápis como qualquer outro e isso é fato principal para que ele esteja no grupo dos lápis e seres inanimados, mas seres corpóreos. Logo, existentes”. Por fim, se o lápis para os nominalistas é apenas um sopro de palavras e para os realistas é um conceito para Abelardo é um conceitualismo que provém daquilo que chamamos próprio da mente e que já existia antes de se fazer materialmente, sua forma estava no intelectual de que o pensou e modelou. Vemos então, em seus escritos a influência de Boécio e a preocupação de Abelardo[3] em buscar o equilíbrio em sua nova metodologia de estudo dos conceitos, e predicados universais, desta forma sua obra foi considerada uma das principais fontes da lógica e metafísica em Roma no século XIII.  Por fim, a consequência de sua filosofia foi a condenações em dois Concílios por heresia contra a Trindade Santa, sua morte ocorrerá meses mais tarde em Borgonha, França.

[1] ABELARDO P. Lógica para iniciantes – Coletânea Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultura, 1973.

[2] ABELARDO P. Lógica para iniciantes – Coletânea Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultura, 1973.

[3] ABELARDO P. Lógica para iniciantes – Coletânea Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultura, 1973.

Autor: Mario Luiz Wenceslau dos Santos, estudante do 2º ano do Curso de Filosofia da FASBAM.

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