História da Filosofia Antiga

Autores

Rogério Miranda de Almeida

Sinopse

Este livro sobre a História da Filosofia Antiga tem como objetivo principal apresentar, de maneira sucinta, as grandes etapas da filosofia greco-romana e, mais particularmente, da filosofia grega, buscando assim explorar suas origens, seus principais filósofos e os conceitos que os caracterizaram de maneira definitiva. Considerando-se, pois, a Grécia o berço da filosofia e da cultura ocidentais, as questões que se levantavam nos inícios do pensamento filosófico diziam respeito ao ser e à existência em geral: de onde vêm e para onde retornam as coisas que estão continuamente nascendo, se desenvolvendo, se corrompendo, perecendo e de novo nascendo? Deve haver algum substrato material que nem nasce nem envelhece nem morre, do qual todas as coisas procedem e para o qual elas retornam. Este substrato, que depois se chamou de princípio, natureza e elemento, foi designado pelos primeiros filósofos da Costa Jônica pela expressão athánatos (imortal) e aguéros (que não envelhece). Por sua vez, estas palavras eram provenientes da poesia épica que, justamente, tentava marcar a diferença, ou o abismo, que separava os deuses dos mortais.

Com efeito, mesmo antes que começasse a filosofia propriamente dita, cujo início costuma-se coloca no século VI a. C., com Tales de Mileto, os gregos do chamado período arcaico (800/750–500 a.C.) já se interrogavam sobre o problema do mal, do sofrimento, do destino e, também, sobre o papel dos deuses na vida dos homens. Convém, portanto, levar igualmente em conta a maneira pela qual os gregos tentaram entender e resolver os enigmas da existência através da “sabedoria mítica”, da “sabedoria trágica” e das descobertas que marcaram o chamado período pré-socrático, ou pré-platônico. Todas estas questões seriam, de fato, retomadas e reinterpretadas pelos filósofos pré-platônicos, cujos centros principais se encontravam na Costa Jônica – com Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Anaxágoras, Demócrito –, em Eleia, com Parmênides, e em Agrigento, com Empédocles. É, no entanto, em Sócrates, em Platão e Aristóteles que a filosofia alcançará o seu desenvolvimento máximo ou, numa palavra, o seu apogeu. Com relação a Platão, os principais temas e elmentos que ele introduz ou reelabora dizem respeito à doutrina das Ideias, à teoria do Bem, do Ser, do conhecimento, ao método dialético e ao campo da moral. Pertencem mais peculiarmente a Aristóteles os conceitos de substância e acidente, de essência e existência, de causa e efeito, de ato e potência, de forma e matéria.

As filosofias que surgem depois do período clássico são denominadas “filosofias helenísticas”, quais sejam, o estoicismo, o epicurismo, o ceticismo, o cinismo e o ecletismo. Convém, no entanto, enfatizar que essas filosofias se desenvolvem a partir do desenvolvimento e das derivações dos grandes sistemas de Sócrates-Platão e Aristóteles.  Os primeiros séculos da era cristã são marcados, notadamente, pelo medioplatonismo e o neoplatonismo. Estas últimas filosofias representam, por assim dizer, o fecho do pensamento antigo e a preparação, ou a passagem, para as filosofias medievais.

Conforme eu avancei no início desta apresentação, procurei examinar, de maneira concisa, as grandes etapas da filosofia greco-romana e, mais particularmente, da filosofia grega, buscando assim realçar as suas origens, os seus principais filósofos e os conceitos que eles criaram e desenvolveram. Com efeito, seria necessário um estudo à parte para tentar tão somente resumir o cenário multiforme e variegado que representam, por exemplo, os dois primeiros séculos da era cristã, onde predomina, além do medioplatonismo, uma literatura de cunho pitagórico e de coloração platônica. O século II vê igualmente nascerem e/ou se difundirem a literatura apologética, os grandes sistemas gnósticos e as religiões orientais, notadamente o mitraísmo. Do ponto de vista filosófico, no entanto, não se verifica nenhuma curiosidade profunda e original, com exceção do medioplatonismo e, sobretudo, do neoplatonismo que surgirá no século III.

Além de uma visão sinóptica, ou panorâmica, busquei igualmente dotar este livro de uma linguagem simples e acessível a todos. Assim, evitei propositadamente todo aparato crítico, que necessariamente exigiria extensas notas de rodapé e reenvio a outros autores e a outros estudos. Isto terminaria por sobrecarregar em demasia o leitor. Quanto às citações dos autores estrangeiros, utilizei-me, no mais das vezes, de traduções disponíveis em português, cabendo, pois, ao leitor – caso esteja interessado – recorrer aos originais. Em suma, tentei dar a este livro uma abordagem à História da Filosofia Antiga que poderá ser uma introdução e, ao mesmo tempo, um incentivo para ulteriores estudos. Mas compete ao leitor julgar se eu consegui levar a cabo a tarefa que me propus realizar.

ISBN: 978-65-994307-2-5
ISBN Digital: 978-65-994307-1-8

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28 março 2021

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