A tríplice beleza em Paul Evdokimov
sofiânica, desfigurada, transfigurada
Palavras-chave:
Paul Evdokimov, teologia da beleza, Igreja IndivisaResumo
A presente proposta ao GT 4 do I Simpósio Nacional de Teologia Oriental em Curitiba, trata da teologia da beleza de Paul Evdokimov (1910-1970). A primeira beleza é a sofiânica, genesíaca, edênica ou paradisíaca. Evdokimov apresenta a dimensão bíblica e patrística da beleza, presente já nas primeiras páginas do Gênesis, quando Deus viu que sua criação era “bela” (“Kalós”). Deus, conforme São Gregório de Nissa, é o compositor e intérprete da grande sinfonia dos seis dias, o Hexaemeron. O ser humano foi criado conforme o modelo da Beleza Divina pelo Espírito da Beleza, que como Iconógrafo Divino, imprimiu o ícone do Filho em nós. É na liturgia que se dá essa aproximação. O projeto inicial do Criador, ao colocá-lo no Jardim do Eden foi o de cultivar o jardim e cultuar o Criador, num cosmos feito um santuário. Conforme a antropologia patrística, o ser humano é homo liturgicus, homem do trisagion, microcosmo e microtheos. A segunda beleza é paradoxal: a do Desfigurado que desceu até à raiz da vergonha em seu “louco amor” (“manikós eros”) pelos humanos. A terceira beleza a do Emanuel, Deus conosco, representada pela iconografia cristã: Pantocrator, Anunciação, Natividade, Batismo, Epifania, Transfiguração, Descida ao Hades, Theotokos, etc.