PULSÕES DE VIDA, PULSÕES DE MORTE E COMPULSÃO À REPETIÇÃO
Palavras-chave:
Freud, Pulsões, Pulsões de vida, Pulsões de morte, Compulsão à repetiçãoResumo
Estas reflexões têm por objetivo examinar a teoria das pulsões em Sigmund Freud e, mais especificamente, a reviravolta que ele operou, a partir de 1920, no que diz respeito às pulsões de vida e de morte. Nós nos baseamos principalmente em dois escritos do inventor da psicanálise: Além do princípio de prazer (1920) e O mal-estar na civilização (1929). Procuramos também fazer ressaltar a nítida diferença que Freud estabelece entre os conceitos de pulsão e instinto. O primeiro significa uma força constante que aspira a saciar-se pela representação ou simbolização, enquanto que o instinto se refere a um modelo de comportamento característico dos animais e dos seres humanos. Em 1920, a teoria das pulsões sofreu uma reviravolta, no sentido em que a oposição que antes ele fazia entre as pulsões sexuais e as pulsões do eu, ou de conservação, desloca-se agora para uma oposição mais radical e primordial, a saber, as pulsões de vida e as pulsões de morte. Ajunte-se que o conceito de compulsão à repetição está essencialmente ligado às pulsões de morte.