O ETERNO RETORNO E O NIILISMO EM FRIEDRICH NIETZSCHE

Resumo

O objetivo destas reflexões é o de analisar o eterno retorno e as suas consequências para o não menos importante conceito do niilismo no pensamento de Friedrich Nietzsche (1844–1900). Com efeito, estes dois conceitos estão essencialmente ligados entre si, pois o eterno retorno de todas as coisas pressupõe que estas mesmas coisas estão sendo continuamente aniquiladas, reconstruídas, revaloradas e reinterpretadas. Por isto, faz-se também necessário ressaltar o jogo contínuo das forças que estão na base mesma da destruição e da reconstrução dos valores. São as próprias forças que, no seu eterno conflito, estão sendo constantemente superadas umas pelas outras e, portanto, suscitando novos valores que ocupam os lugares dos antigos valores que já não mais vigoram. Efetivamente, para que sobrevenham novos valores, os antigos valores devem ser destruídos, abolidos e, literalmente, aniquilados. Trata-se, pois, de um eterno retorno do mesmo, mas dito, denominado, interpretado e simbolizado de maneira diferente. Mas isto só é possível, na perspectiva de Nietzsche, porque o próprio mundo, a própria realidade e o próprio ser se apresentam como uma arena de forças e de relações de forças que estão constantemente lutando umas contra as outras, e cooperando umas com as outras, num processo infinito de superação e recriação.